Como conviver com o diabetes

Tempo de leitura: 12 minutos

CATARINA é uma mulher jovem. Ela cuida de sua dieta e do seu peso, faz bastante exercício, e segue as orientações de seu médico. Também aplica todo dia injeções de insulina em si mesma. Catarina é uma dentre os muitos milhões de pessoas com diabetes.
Apesar de todas as precauções, Catarina admite: “Nunca posso dizer qual será meu nível de glicose sangüínea. Uma tarde pode estar em 300. No dia seguinte, na mesma programação, pode estar em 50, e posso entrar em coma insulínico.” Não faz muito tempo, ela apresentou uma infecção difícil de sarar, e passou semanas hospitalizada.
Marina é uma senhora idosa. Não cuida de sua dieta, e, em resultado disso, tem 23 quilos em excesso. Admite que não segue muito bem as prescrições de seu médico. Dá de ombros diante do fato que seu nível de glicose sangüínea com freqüência ultrapassa os 300, e recusa-se a tomar insulina. Embora tome todo dia uma pílula de controle do diabetes, parece surpreendentemente despreocupada com sua doença.
Embora estas mulheres pareçam tão diferentes, ambas apresentam a mesma doença. É chamada de diabetes mellitus (diabetes açucarado). Por que existe tanta diferença entre as duas? Mais importante ainda, o que pode cada uma delas fazer para conviver com seu diabetes?

Diabetes — O Que É?
Primeiro, precisamos entender o que é diabetes. Um fator básico dessa doença tem que ver com a produção orgânica de insulina, hormônio produzido pelo pâncreas. A insulina habilita o corpo a captar o açúcar da corrente sangüínea e levá-lo até as células, onde é utilizado na produção de energia ou é estocado.
No entanto, caso o corpo não produza suficiente insulina, pouca glicose chegará às células para a produção de energia, ou será estocada. Ao invés, o nível de glicose no sangue atinge altos níveis e começa a criar problemas. Expresso de forma simples, isso é o diabetes. E existem dois tipos principais, conforme ilustrados nos casos de Catarina e Marina.
No caso de Catarina, a doença é chamada de diabetes Melito Insulino-Dependente, ou diabetes Tipo I. O problema aqui reside na incapacidade do pâncreas de produzir insulina. Recente evidência aponta que este tipo de diabetes pode ser causado, pelo menos às vezes, por infecções virais. A pessoa portadora deste tipo geralmente o contrai quando jovem (com menos de 30 anos), é geralmente magra, e precisa de injeções de insulina para continuar vivendo.
No caso de Marina, a doença é chamada de diabetes Melito Insulino-Independente, ou diabetes Tipo II. Amiúde é mencionado como diabetes dos adultos, e difere do Tipo I. Nesse caso, o problema não é que o pâncreas não produz insulina, mas que não a produz em quantidade suficiente. Grande parte da insulina que produz é absorvida pelas células adiposas. O pâncreas não pode produzir suficiente insulina para enfrentar o problema, e sobe o nível de glicose sangüínea. Os portadores de tal tipo de diabetes têm geralmente mais de 30 anos, são obesos, e podem, às vezes, ir vivendo sem injeções de insulina. Parecem também mais prováveis de ter herdado seu diabetes.

Tratamento do Diabetes Tipo I
O diabetes de Catarina, Tipo I, é muito mais grave, embora seja menos comum. Pareceria que a solução para o Tipo I seria bem simples — apenas suprir a insulina. No entanto, embora injeções de insulina possam manter o diabético vivo, não podem conseguir a flutuação, minuto a minuto, do nível de insulina de que o corpo precisa.
A fim de minimizar as complicações do diabetes, tais como a cegueira e os problemas renais, é importante reduzir a dosagem de glicose no sangue e na urina. Precisa-se imitar as flutuações normais e freqüentes de insulina no corpo. Mas, a questão é justamente como fazer isso. O tratamento é duplo: (1) manutenção preventiva, e (2) reposição de insulina.
Com a manutenção preventiva, é preciso dar passos para minimizar as flutuações diárias das necessidades corpóreas de insulina. Um fator vital são os alimentos ingeridos pela pessoa, pois são estes que o sistema digestivo transforma em glicose sangüínea. A pessoa prudente, portadora do diabetes do Tipo I, logo verifica que precisa seguir uma dieta bem regulada. Isto inclui os carboidratos mais complexos, bem como os lipídios e as proteínas. Tal dieta evita o açúcar, o mel, massas e pastéis, refrigerantes açucarados, e outros alimentos doces similares. Estes carboidratos logo conseguem atingir a corrente sangüínea.
Tal dieta precisa ser ingerida em intervalos regulares. Caso o diabético se torne descuidado, comendo tudo que lhe agradar a qualquer hora, os níveis de insulina e de glicose no sangue rapidamente desequilibram-se. Isto deixa a pessoa sujeita a uma doença repentina e grave, ou as complicações a longo prazo dessa moléstia.
O exercício reduz a glicose sangüínea. Assim, o diabético consciente do Tipo I inclui o exercício na rotina diária, tendo cuidado de dispor de uma fonte facilmente disponível de açúcar (como confeitos) para o caso de o exercício baixar demais seu nível de glicose no sangue. Isto pode desencadear o coma diabético. As emoções também podem desestabilizar o nível de glicose sangüínea e podem provocar dificuldades de controle da dieta. Qualquer infecção ou doença precisam ser tratadas celeremente, uma vez que podem provocar alterações amplas dos níveis de glicose no sangue.
Todavia, apesar de levar em conta todos estes fatores, o paciente com diabetes do Tipo I, como Catarina, talvez ainda tenha dificuldades em estabilizar o nível de glicose sangüínea. Que fazer então?
O segundo aspecto principal do tratamento é o emprego de injeções de insulina. Quando a insulina foi desenvolvida, há mais de 60 anos, era um tratamento vitalizador para muitos diabéticos. E desde o início percebeu-se que o esquema de injeções diárias, posteriormente aplicado, era uma grande vantagem.
Embora as injeções diárias sejam mais convenientes, há certa preocupação quanto às possíveis complicações a longo prazo, tal como o endurecimento das artérias. Assim, alguns recomendam injeções mais freqüentes de insulina de curta ação para controlar mais seguramente o nível de glicose sangüínea no decorrer do dia. Vários aperfeiçoamentos recentes não só tornaram isso possível, mas também prático.
Um dos progressos na monitoração doméstica do nível de glicose sangüínea foi denominado de “o primeiro progresso terapêutico verdadeiramente significativo desde a descoberta da insulina”. Utilizando um aparelho portátil simples, o diabético pode verificar seu nível de glicose sangüínea várias vezes por dia. Assim, pode fazer seu próprio ajuste freqüente de dosagem de insulina, e pode aproximar-se mais dos níveis normais constantes de glicose sangüínea.
Uma desvantagem da monitoração doméstica é que o diabético tem de fazer uma punção do dedo para o teste sangüíneo. Mas, existem agulhas especiais para isto, e os experientes nisso afirmam que não é tão ruim assim. Outra desvantagem é o custo do aparelho. No entanto, tal despesa deve baixar com o avanço da tecnologia.
Outros avanços incluem o desenvolvimento de agulhas para insulina baratas, descartáveis e pontiagudíssimas. Estas tornaram as injeções de insulina menos dolorosas. Também a insulina hoje disponível não precisa ser refrigerada; assim, evitam-se graves inconvenientes em viagens.
Acha-se agora disponível no mercado a insulina equivalente à insulina humana, e esta amiúde é recomendada para a pessoa que recentemente descobriu ser um diabético do Tipo I. São também novidade o injetor de insulina pressurizado, sem agulha, e a bomba de infusão de insulina. A bomba é um injetor portátil de insulina que o paciente usa no cinto. Injeta constantemente insulina, por meio de uma agulha, na cavidade abdominal. A bomba de infusão, embora seja usada atualmente, é considerada por muitos médicos como um tanto perigosa, e só deve ser utilizada sob a supervisão dum especialista.
Quanto a crianças que são diabéticos do Tipo I, recente tendência tem sido a de preocupar-se menos com a dieta. Alguns acham que elas podem ingerir uma dieta relativamente normal e, então, complementar essa dieta com a insulina necessária. Naturalmente, tais crianças ainda não deveriam comer muitos doces. A base real para viverem uma vida relativamente normal parece ser a monitoração estrita da glicose sangüínea, e freqüentes ajustes de insulina.

Tratamento do Diabetes Tipo II
Não tem havido, comparativamente, tanto progresso no tratamento do diabetes Tipo II, mais comum. Conforme observado, o problema nesse caso não é, de forma alguma, a incapacidade do pâncreas de produzir insulina. É a incapacidade do pâncreas de corresponder à crescente necessidade corpórea de insulina, geralmente agravada pelo excesso de peso.
Embora se empreguem amplamente pílulas, estas servem para obrigar o pâncreas a produzir mais insulina. Mas, existe um limite de quanto se pode ‘chicotear um cavalo cansado’, neste caso, um pâncreas cansado. Uma boa dieta que reduz o peso e baixa o nível dos açúcares simples, acompanhada de exercícios sensatos, pode ser mais útil.
Se a dieta, o exercício e a abstinência de doces não baixarem suficientemente os níveis de glicose sangüínea, então é possível que se prescrevam pílulas. Nesse ponto, as opiniões divergem. Alguns médicos preferem empregar injeções de insulina, em vez de pílulas, mesmo no diabetes do Tipo II. Talvez haja efeitos colaterais das pílulas, e existe certa dúvida quanto a se realmente ajudam a impedir complicações a longo prazo.
Em cada caso, todos os fatores precisam ser pesados por médicos competentes, antes de se recomendar um tratamento. E o diabético precisa avaliar as recomendações e fazer a decisão final quanto ao que ele fará.
Conviver com o diabetes
Assim, enfrentar o diabetes envolve diferentes passos, dependendo de que tipo a pessoa tem. Para o diabético do Tipo II, a solução pode ser a dieta e a perda de peso. Mas, certo médico declarou: “Realisticamente, minha experiência tem demonstrado que a probabilidade de isso acontecer é mínima. Disponho-me, na maioria dos casos, a prescrever pílulas para meus pacientes, ou até mesmo a insulina, já desde o início.”
Para o diabético do Tipo I, a solução de conviver com tal doença não é tão simples. Nesse caso, também, parte da solução talvez resida, não no tratamento médico envolvido, mas na atitude da pessoa para com o diabetes. Na verdade, não é agradável contemplar a idéia de ter de tomar injeções diárias, talvez várias vezes por dia, nem de picar o dedo para verificar a glicose sangüínea. Nem é fácil certificar-se de organizar a vida ao ponto de ingerir alimentos similares a intervalos regulares, por volta da mesma hora, todo dia, e planejarem-se o repouso e os exercícios devidos.
Ao mesmo tempo, um enfoque realístico significa aceitar que, na atualidade, não existe cura para o diabetes. Mas, existe o tratamento que, ao passo que exige disciplina, pode manter os diabéticos vivos e razoavelmente bem por muitos anos mais do que aconteceria sem tratamento.

Atitudes a Evitar
É mister evitar os dois extremos de atitude. Por um lado, o portador de diabetes tem de evitar ser descuidado com seu problema, deixando de seguir sólidas orientações médicas, e, talvez, esperando que o problema desapareça por si mesmo. Não vai desaparecer.
Por outro lado, visto que as emoções provocam variações de níveis de glicose sangüínea, poderia ser contraproducente ficar preocupado demais com tal problema. De nada ajudará ter medo constante e ficar absorto em extremos cuidados com o diabetes, a ponto de excluir as atividades normais. Embora a vida dos diabéticos precise necessariamente ser bem regulada, a ampla maioria deles pode levar uma vida bem estruturada.
É possível que o diabetes, bem como as outras doenças, sejam algum dia permanentemente curados? A Palavra de Deus, a Bíblia, fornece a resposta encorajadora: É possível, sim, sem falta! E isso acontecerá no futuro próximo! Tal cura se dará aqui na Terra sob a regência do Reino de Deus, o governo a respeito do qual Jesus ensinou seus seguidores a orar. (Mateus 6,9-10) Naquele tempo, “nenhum residente dirá: ‘Estou doente’”. — Isaías 33,24.

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Fonte: Awake

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